quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Música e política: Onde a porca torce o rabo



Essa semana temos eleições municipais. Acredito que a política pode ajudar bastante no
desenvolvimento da música e dos eventos, melhorando pra caramba o cenário que temos hoje em dia. Esse texto (que ficou bem menor do que eu esperava) é pra mostrar algumas sugestões e comentários sobre prog e política nacional e municipal. Nada muito davemustainico.

Aí vira um Josnei e fala: "Ah, mas já existe a lei Rouanet pra apoiar a cultura, Rafa". É verdade, mas conseguir apoio sem ser um artista mainstream pode ser um gancho na mandíbula. E bem dolorido. As grandes empresas sempre vão preferir patrocinar artistas populares, pois, além de abater impostos, vão divulgar sua marca pra mais gente do que farofeiro na praia em fim de ano. A culpa, no caso, nem é tanto das empresas, mas da mecânica da lei.

Muita gente reclama da política, muita gente diz que ninguém faz nada pela música e pela cultura, mas, será que a culpa é 100% do governante? Na maioria dos casos, sim. Entretanto, há um outro ângulo nessa história, e é desse ângulo que quero mostrar meu ponto de vista.

Você sabe o que faz um vereador? E seu candidato? Ele (ou ela) sabe o que faz um vereador?



Tem candidato que propõe mais do que realmente pode fazer, ou ainda, propõe coisas muito vagas, como por exemplo: "A cultura será uma das prioridades do meu governo. Vou apoiar quem pratica música, dança e teatro em nossa cidade". Certo. Apoiar como? Se não tem projeto, não tem meu voto. É importante a gente comparar as propostas com o que cada cargo pode fazer. Isso evita que promessas não sejam cumpridas. Repare que há muita gente eleita não cumprindo o que prometeu pois aquele "grande projeto revolucionário"simplesmente não é responsabilidade do respectivo cargo que o jovem ocupa.

A grande realidade é que nós, amantes da música (falando especialmente dos fãs de prog), sempre fizemos a coisa acontecer dando a cara à tapa. Temos várias bandas independentes excepcionais (que fazem o possível e o impossível para que seu trabalho saia com qualidade profissional), temos mídia especializada e, principalmente, temos uma nova geração de fãs que vem aí pra dar continuidade ao que todos nós fazemos diariamente. Não vou ser babaca de dizer que o governo pode fazer a cena crescer do dia pra noite, nos permitindo lucrar milhões e lançar mega produções todos os meses. Não é isso. Meu ponto é: Com ensino de música nas redes públicas, apoio (financeiro e promocional) das prefeituras em nossos eventos (e, por que não, em eventos de outros estilos também), diminuição dos impostos para instrumentos musicais, discos e equipamentos de produção (mesas de som, amplificadores, iluminação, material de prensagem de discos), nós seríamos capazes de fazer a coisa acontecer muito mais fácil. Os custos seriam bem menores, incentivando pra caramba quem tem vontade, mas não tem muita verba, além de permitir que a qualidade das nossas produções fosse cada vez melhor, atraindo gente pra caramba. Se os músicos estiverem melhor preparados e equipados e os ingressos para shows custarem menos por conta da redução de custos de produção, os fãs com certeza vão frequentar mais as casas de espetáculo, o que vai atrair investidores e novas casas, beneficiando o comercio local de diversas formas.

Claro que tudo isso que comentei não depende apenas dos municípios, mas do governo federal também. Sei que pode parecer uma utopia, e talvez nunca ocorra tudo isso, mas qualquer um desses passos seria de grande valia para os músicos e fãs que frequentam os shows, e sim, é possível. Basta a gente conhecer as pessoas que levam o nosso voto (ou mesmo usar o voto nulo com sabedoria, nas ocasiões onde não encontramos ninguém que nos represente com decência).

Quando eu era pequeno, me perguntava como alguém podia esquecer em quem tinha votado. Hoje sei que isso é bem fácil de rolar. Se você gostou de tudo que leu até agora, minha sugestão é a seguinte:
-Avalie as propostas, a história e o curriculum do seu candidato de ponta a ponta.
-Se ele tiver projetos que contribuam com a cultura e a comunidade em geral, vote no cara.
-Anote e tenha sempre em mãos o e-mail do jovem, caso ele se eleja. Não tenha medo de cobrar caso note que o prometido não está sendo feito.

Esse texto é um início de debate. Não quis esgotar o assunto. Espero que tenha servido pelo menos pra relembrar que a política existe pra ajudar. Hoje é difícil encontrar gente honesta nesse meio, mas acredito que conhecendo as pessoas que a gente vota e mostrando a eles que estamos interessados em fazer algo sério, que beneficie culturalmente a sociedade, a chance de termos uma cena melhor com certeza vai aumentar.

E você? O que acha disso tudo? Escreve aí nos comentários que a gente bate um papo ;)

0 comentários:

Postar um comentário